sexta-feira, 31 de julho de 2009

Faro Pode Ser Diferente no Twitter e no Facebook








Em breve a candidatura do Bloco de Esquerda às autárquicas do concelho de Faro poderá ser seguida no Twitter e no Facebook!


Uma equipa para mudarmos Faro


Bloco apresenta equipa à Câmara Municipal de Faro
Porque «Faro pode ser diferente» o Bloco de Esquerda apresentou, ontem, no restaurante Adega Nortenha, a lista à Câmara Municipal de Faro num jantar que contou com a presença de Cecília Honório, da Comissão Política Nacional e candidata do Bloco às legislativas. João Brandão é o primeiro candidato à Câmara Municipal, de uma lista que pretende mudar Faro e conta com José Moreira, como cabeça de lista, à Assembleia Municipal. À Assembleia de Freguesia do Montenegro concorre Carlos Brito, à de Sé Augusto Taveira e, à Assembleia de Freguesia de S. Pedro, Alexandre Sousa.


Numa crítica aos «homens providenciais» apregoados pelos partidos do bloco central João Brandão, sublinhou a necessidade e apelou ao trabalho de todos aqueles que estão envolvidos com o Bloco neste processo político e empenhados em construir numa verdadeira alternativa de esquerda. Uma alternativa de poder que esteja ao lado do povo contra as arbitrariedades de que é alvo e tenha capacidade de o mobilizar para a defesa dos seus próprios interesses.

O candidato à Câmara Municipal denunciou o abandono aos interesses da construção civil e do lucro fácil a que a cidade tem sido votada nos últimos anos. A deslocação da população para a periferia da cidade e o consequente abandono do centro histórico. Lamentou o facto da cidade estar entregue à ditadura do automóvel e que o último jardim a ser construído em Faro tenha sido o Jardim da Alameda, em meados do século XX, numa altura em que Faro tinha cerca de 10 mil habitantes. “Á medida que a cidade cresce à menos espaço para viver”, conclui.

Mobilizar a população para mudar a cidade, defender os serviços públicos da voragem dos interesses privados e procurar o desenvolvimento social, cultural e desportivo da cidade são as apostas da equipa do Bloco para inovar Faro.

Trabalhando com rigor, com transparência e com a participação da população Faro pode ser diferente.


Câmara Municipal

  • João Brandão
  • Vítor Ruivo
  • Rita Domingues
  • Eurico Gomes (independente)

Assembleia Municipal

  • José Moreira
  • Pedro Afonso
  • Eugénia Taveira (independente)
  • Fernando Leitão Correia

Assembleias de Freguesia

Montenegro

  • Carlos Brito
  • Rita Domingues
  • Joaquim Gorgulho
  • Ermelinda Almeida
  • Luis Costa

  • Augusto Taveira
  • José Paulino
  • Teresa Marques

S. Pedro

  • Alexandre Sousa
  • Manuel Serafim
  • Eva Santos
  • Manuel Afonso (independente)

Em breve disponibilizaremos a lista completa da equipa de cidadãs e cidadãos de Faro. Esta equipa compromete-se a romper com política, e as práticas seguidas em Faro por décadas de governo do Bloco Central.

Porque Faro Pode Ser Diferente, Contigo Podemos Mudar Faro

terça-feira, 7 de julho de 2009

Reflexões sobre saúde


Qualquer análise sobre as condições do estado da saúde numa região, terá que ser perspectivada, nos tempos que correm, por dois ângulos distintos:

A Torna-se hoje já necessário reflectir sobre o que se entende, no fundo, sobre saúde, por um lado, e as respostas possíveis que o individuo e mormente a sociedade têm de forma a prevenir, ou se for caso disso, a tratar e a recuperar esse mesmo estado de saúde. A já clássica definição da O.M.S. Diz que a saúde é um estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, não consistindo, apenas, na ausência de doença.
Ninguém terá dúvidas que estamos longe, diríamos mesmo cada vez mais longe, de atingir ou sequer caminhar nesse sentido.
De facto, cada vez mais, ano após ano, dia após dia, o controlo de tudo o que diz respeito a saúde está nas mãos das grandes multinacionais. Não por acaso, ainda há bem pouco tempo, aquando da inauguração de um novo hospital privado de uma instituição bancária, uma jovem gestora interrogada pela jornalista de serviço sobre a razão de investimento tão chorudo na saúde, descaía-se. --- “Então não sabe que a seguir as armas e a droga , a saúde é o mais rentável dos negócios?”! .Palavras para quê? E se é assim a este nível, que dizer das fusões das grandes companhias que investigam e produzem os medicamentos que acabamos por consumir todos os dias para isto ou para aquilo. Apenas uma pequena nota para reflexão: --neste momento estão a morrer crianças neste nosso mundo apenas porque não têm acesso a uma simples injecção de insulina.

B Há muito que vimos considerando como problema fulcral a nível da medicina curativa neste país e naturalmente no Algarve o verdadeiro drama das urgências. Ao invés de privilegiar as consultas externas e os internamentos o nosso poder político vem optando demagogicamente por concentrar tudo nas urgências. Mais fácil e melhor forma de enganar as pessoas convencendo-as que têm sempre um local para se tratarem(?)
Ora será preciso ter a coragem de inverter radicalmente esta situação sob pena de nunca virmos a ter bons serviços a começar pelo próprio serviço de urgência. E é preciso também ter a coragem de explicar isto às pessoas fornecendo-lhes em simultâneo alternativas que certamente acabarão por perceber e deixarem de acorrer aos S.U´s por razões menores. De facto será necessário compreender o esquema que está montado. Toda a gente pode ir a correr para o s. De urgência pensando poder resolver os seus problemas. E depois? Todos sabemos como isso não é verdade. Pura perda de tempo e dinheiro na maior parte das vezes.!!! Mais do que isso; um verdadeiro logro que ambas as partes parecem não querer entender. De facto de outra forma não poderia ser já que os S.U.´s foram criados e organizados com outros, muito definidos objectivos. Os S.U.´s surgiram e existem hoje com as imprescindíveis unidades de cuidados intensivos médicos e cirúrgicos acoplados apenas para tentar reverter situações de gravidade significativa e em última análise constituem o ultimo possível local para salvar uma vida. Ora, não se pode pedir, como se compreenderá, a uma estrutura com estas características que resolva de forma positiva outras de todo diferentes. Seria como tentar depositar um cheque numa repartição de finanças. Temos que entender que apesar dos diversos governos não quererem fazer luz sobre tudo isto (e compreende-se porquê), se torna imperioso cortar esta verdadeira pescadinha de rabo na boca aliás este “ imenso” problema não existe em parte alguma onde os serviços de saúde funcionem minimamente. Contudo, cá por casa, privilegia-se sempre o mais fácil e as respostas que são normalmente encontradas face as criticas ou exigências da população acabam quase sempre em ampliar ou remodelar… o serviço de urgência….e pronto! A isto chama-se má fé! Ainda assim aconteceu, recentemente, com o S..U. do H.C. Faro !
Cremos ser necessário entender devidamente esta problemática para que não se cometam mais erros ou reivindicações incorrectas.
lutar por melhores cuidados de saúde não passa, bem pelo contrário, por concentrar tudo em grandes serviços de urgência.


Os serviços de urgência no fundo têm que ser entendidos como portas de entrada dos hospitais tal como as consultas externas para os S.U. Dos dois hospitais da região devem ser, pois, seleccionados apenas os casos que pela sua gravidade ou características necessitem de uma intervenção em tempo útil que não possa ser facultada noutro sítio (consultas externas dos centros de saúde. Ou hospitalares, serviços de atendimento permanente, pequenos centros de atendimento com horários de funcionamento coordenados no âmbito de IPSS´s por exemplo)
É fundamental que todas as pessoas possam ter acesso a um medico, de preferência o seu médico de família , mas também, se for o caso, do médico hospitalar que ou observará o doente (nunca na urgência, naturalmente) ou o aconselhará da melhor forma. É fundamental aumentar o número de consultas externas particularmente em determinadas especialidades e inclusive deslocar alguns especialistas hospitalares para trabalharem nas novas unidades familiares de saúde em tempo completo ou parcial. Por outro lado, è imperioso reinventar as consultas domiciliárias evitando dessa forma o internamento social de tantos e tantos casos que apenas “padecem” de senilidade e que prefeririam, sem qualquer dúvida, transitar para a eternidade na sua casinha., em vez de numa fria maca de um imenso corredor de um qualquer serviço de urgência. De facto os S.U. Vêem-se tornando ano após ano verdadeiras barcas de Caronte que em última analise se limitam a servir de transportadores de uma população cada vez mais envelhecida para o assento etéreo.
Seria necessário aqui desenvolver o tão importante, actual e esquecido tema da forma ou melhor da dignidade ou falta dela como se vão processando, nos S.U., por esse país fora, as mortes particularmente dos nossos pais e avós. Limito-me mais uma vez a chamar a atenção particularmente das famílias para que não continuem a fechar os olhos e a conciliar com este inqualificável “desleixo colectivo”!
Mas, fundamentalmente, é preciso que a grande maioria destas situações sejam consideradas no âmbito da assistência social e não da saúde e muito menos intra-hospitalar, seguramente a forma mais dispendiosa. Para além de necessidade imperiosa de camas de retaguarda devidamente distribuídas e não mais concentradas em Faro e Portimão já não é mais possível continuar a ignorar, ou fazer de conta, à tão apregoada nos debates televisivos, mas ainda praticamente inexistente, medicina paliativa, sem dúvida utilíssima se devidamente enquadrada e levada a cabo por profissionais (não só nem principalmente médicos; enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, técnicos da área social) devidamente formados e vocacionados…ele há tanto a fazer nesta área fundamental …mas para isso será necessário considerá-la como prioritária e depois ter coragem de inovar e não cumprir apenas as deliberações superiores.

Em suma:
Pese embora os argumentos dos anti-regionalistas e convenhamos que alguns devem ser tidos em conta, cremos ser imperioso que as realidades sociais e de saúde no Algarve sejam redimensionadas numa perspectiva de região. Recordemos que de Lisboa ao Porto distam 300kms os mesmos que de Faro a Lisboa mas que entre o Porto e Lisboa existe Coimbra, hoje um dos maiores centros hospitalares, e não só, do país.

1. Será, então, prioritária uma nova perspectiva na interface entre o que è social e o que é saúde muito concretamente no que diz respeito aos idosos e indigentes, libertando necessariamente os hospitais e em menor escala os centros de saúde de uma enorme sobrecarga que em condições alguma poderão suportar, aliás com custos sempre muito superiores aos resultantes do enquadramento actual.

2. Prioridade a prevenção, à medicina familiar (é justo salientar que a este nível tem havido alguma preocupação crendo nós que se estão definindo algumas linhas de acção no sentido correcto…pena que demasiado lentamente e com pouca expressão) e por último, a medicina paliativa tendo aqui um papel fundamental a medicina física e de reabilitação

3. Será fundamental a dispersão de sotavento a barlavento de unidades de saúde com valências significativas de molde a que nomeadamente as “ pequenas” urgências. Não se concentrem em Faro e Portimão o mesmo acontecendo com as unidades vocacionadas para a terceira idade.
Será um bom exercício imaginarmo-nos, enquanto saudáveis, confrontados com um acidente vascular cerebral ou uma doença de Alzheimer, daqui a alguns anos, p.ex.(e as probabilidades não são pequenas) tentando adiantar o percurso seguido nas unidades de saúde e, eventualmente, depois para os que tiverem sorte e possibilidades, um “lar” de terceira idade (que já não o seu!). Por certo que não é um exercício agradável, mas será melhor (para quem?) Ignorá-lo ou contorná-lo à boa maneira português será necessária sem duvida toda uma politica de rentabilização sem duplicação de funções e aproveitamento de todas as capacidades incluindo e incentivando, p.ex., as I.P.S.S.´s e até contratualizando em moldes limpos e acima de toda a suspeita com a área privada desde que daí advenham vantagens nomeadamente sob o ponto de vista económico evitando idas e vindas sem qualquer justificação a Lisboa. A este propósito será fundamental dotar o Algarve das especialidades médicas ainda em falta…apesar da promoção a hospital central do H. de Faro. Sem dúvida esta política regionalista e de contar com as próprias forças cortando a todo o custo o ainda enorme cordão umbilical a Lisboa terá que ser entendida como prioridade.
Neste particular é também necessário alertar para o fundamentalismo relativamente ao S.N.S. Que continua a preencher o pensamento de um número significativo de “gestores”, directores e presidentes que hoje preenchem sobrelotando o edifício da saúde em Portugal e que constituem verdadeiras lianas verticais de engajamento a Lisboa. Se é incontestável que o S.N.S. Não só constitui sempre a trave fundamental com a abrangência o mais ampla possível e que é nosso dever tratá-lo como a menina dos nossos olhos defendendo-o contra tudo e contra todas, parece-nos ser politica de avestruz, ignorar ou mesmo ostracizar as inúmeras oportunidades que podem ser altamente rentáveis e úteis para a população algarvia.

Por último uma curta referência aos dois temas que por certo constituirão objecto de uma pseudo-discussão que ocupará tempo significativo nos debates para as próximas autárquicas… como para já foi para as anteriores, diga-se.

A) Quanto ao grande hospital central do sul tudo se conjuga para que mais uma vez, quando adeus quiser, quando as bainhas estiverem a rebentar de todo no actual… um hospital normal como os outros surgirá, não sem que os tais utentes aguardem mais um par de anos, desfrutando primazias ao mega estádio da construção civil e a terra parirá mais um rato...resta um problema: esse sim importante, e não por acaso sempre escamoteado, e que é: -- e nessa altura que será do actual hospital e das suas infra-estruturas, material clínico, etc. e logo ali com o estádio do farense a ilharga ?

B) a Faculdade Medicina, verdadeira vitória de Pirro dos eleitos cultos bem pensantes e académicos, pois claro, gestores que baste e candidatos a titulares de mais um lugar na primeira fila . Pois tudo bem, quanto mais melhor, mesmo que sejam só mais uma dúzia deles e nós sabemos a carência que há de médicos em várias áreas mas, terá relevância para o país e mesmo para o Algarve quando já existem faculdades suficientes de acordo com qualquer ratio internacional? E o tal hospital que passou a central tão rapidamente, pois claro, terá dinâmica, estrutura, valências e mesmo massa critica que justifiquem e possam dar corpo a algo que só vale a pena se de nível superior e nunca de segunda divisão? Não seria muito mais útil para o Algarve e o país, por exemplo, um centro ou escola superior de estudos em geriatria. Já por ir como todos sabemos de encontro a um dos principais problemas de hoje e do Algarve e, por outro lado poder ser, aqui sim, portador de mais-valias inovadoras e ponto de referência do país para esta área?

Junho o9