sábado, 23 de maio de 2009

Um programa não é letra morta - em defesa do Pontal


Porque o nosso programa não deve ser só palavras, mas um guia para a acção, apoiamos a Defesa do Pontal.

Movimento pela Defesa do Pontal
- Convocatória -

Vimos convidá-lo(s) a juntarem-se a nós na defesa de tão importante
espaço e a comparecerem numa reunião no próximo
dia 27 de Maio
no Pátio das Letras
às 21h30min.



O Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) está permanentemente ameaçado. Uma legislação permissiva, baseada em Projectos de Interesse Nacional (PIN's), facilita que novos projectos turísticos e imobiliários sejam apresentados para esta área protegida. Por outro lado, esta área está degradada e nunca prestou qualquer serviço às populações.

Após a notícia do último PIN para o Pontal, o Bloco de Esquerda fez uma pergunta ao governo sobre a sua situação deste projecto. Na resposta, foi informado que os proponentes teriam retirado a proposta inicial.

Apoiados numa proposta concreta de projecto para o Pontal, como um primeiro exemplo daquilo que os cidadãos esperam dum parque, organizações ambientalistas e políticas acordaram mobilizar-se para a defesa do PNRF.

Foi decidido:
1) Relançar uma plataforma para defensa do PNRF em particular o Pontal. Para este objectivo utilizaremos o mesmo nome que há 4 anos: "Movimento pela Defesa do Pontal" (MDP).

2) O Movimento de Defesa do Pontal é aberto a todos e todas os cidadãos e cidadãs, a todas as associações e organizações, partidos politicos que assumam o compromisso da defesa intransigente do valores naturais e sociais do Parque Natural da Ria Formosa, e o seu usufruto de forma aberta, regulada e sustentável.

3) Tendo como fim último a defesa do PNRF e dos seus valores, o MDP propõe que o Pontal constitua um exemplo a seguir no modelo de gestão do PNRF a saber; defesa do ecossistema lagunar lutar conta a situação de abandono a que o PNRF tem vindo a sofrer criar áreas compatíveis com a fruição pelas populações dos espaços naturais, sempre que tal seja ambientalmente sustentável. Criar um espaço digno para usufruto e educação ambiental das populações, associações e movimentos dos concelhos de Faro e Loulé, bem como de todos os que nos visitam.

4) A plataforma considera que a melhor maneira de defender o parque é pela via de propostas concretas que representem benefício para as populações da região, especialmente de Faro e Loulé.

5) Uma primeira proposta será constituída pelo projecto de desenvolvimento apresentado recentemente pelo BE na Assembleia da CMF. Isto, no entendido que a preservação e protecção do parque supõe uma intervenção humana mínima para permitir e encorajar as pessoas no desfrute dos seus recursos naturais.

6) A plataforma organizará as seguintes actividades:
a) Sábado 20 de Junho: Visita/caminhada ao Parque aberta a todas as pessoas e organizações. Inicio as 9:30 AM num ponto a determinar brevemente. Aproximadamente duas horas de visita, com convites para a imprensa destacando a situação actual do Pontal.
b) Nesta ocasião será lançado um abaixo-assinado apelando à defesa do PNRF e exigindo a sua utilização pelas
populações, nomeadamente a recuperação do espaço natural do Pontal.
Recolhidas as assinaturas, o documento será entregue nas câmaras municipais de Faro e Loulé.
c) Quarta-feira 24 de Junho. Mesa redonda para debater este projecto e outras alternativas para o Parque. Lugar: UALG às 18 horas em sala a determinar. Uma breve apresentação do projecto (15 min) e discussão aberta.

Almargem, Bloco de Esquerda (Faro), Liga de Protecção da Natureza

domingo, 17 de maio de 2009

A Capitalidade de Faro


Acabei de ler o jornal de campanha de Macário Correia nº1, intitulado CAPITAL. A ideia central dessa campanha é recuperar Faro como Capital Regional.
Ora a reivindicação de Faro como Capital Regional está ausente da nossa proposta de programa e esta posição foi acordada na reunião da Comissão Coordenadora Regional que a aprovou. Eis a minha posição:

1. A capitalidade é uma falsa solução. Faro é de facto a capital do distrito e tal não impediu a degradação em que se encontra. Tem o aeroporto, a universidade, o hospital, as Direcções Regionais da agricultura, economia, etc. e as lideranças PS e PSD não souberam tirar qualquer proveito disso. Antes pelo contrário, está tudo um caos. Cada instituição para cada lado conforme encontrou um beco para se instalar, os acessos horrorosos com a excepção do aeroporto que ainda está inacabado.
Veja-se por exemplo o acesso ao campus de Gambelas sem passeios para os peões, sem pista para bicicletas, numa estrada com estrangulamentos vários e cada vez mais movimentada pois o tão falado metro de superfície não passou de conversa.

2. A capitalidade não resolve nenhum problema antes os agrava. Costumo dizer que Faro me faz lembrar uma família nobre arruinada que pretende viver dos seus pergaminhos. E cada vez se penhora mais e fica mais miserável. Empenhou-se para construir um estádio que é bonito, dá projecção mas está às moscas e é um sorvedouro de dinheiros públicos. Os executivos municipais têm dado mundos e fundos ao Farense, pois "uma capital precisa de um clube que a represente", etc..

3. O PS e PSD sempre têm tratado Faro como a Capital, mas a Câmara de Faro mal tem dinheiro para "mandar cantar um cego". Com a mania das grandezas vão criando elefantes brancos e descurando o que é realmente importante: o desenvolvimento económico e social do concelho. Um desenvolvimento planificado, estruturado e baseado nas riquezas e mais valias do concelho como procurámos apresentar na proposta de programa. E já se propõe um "parque de exposições" quando não temos um parque industrial digno desse nome, quando temos a produção agrícola da campina desprezada, etc.. Isto é, um parque de exposições para quem não tem nada para expôr. É como se a solução fosse: a família nobre arruinada levantar mais alto o seu brasão. É propor mais hotéis para "a capital" e deixar ao abandono a Ria Formosa e o Pontal, que pela sua riqueza natural seriam uma fonte de atracção de turistas e cientistas.

4. Nada tenho contra a capitalidade de Faro, mas vejo-a antes como mais uma responsabilidade de Faro face aos outros municípios do que como uma solução para os problemas do nosso. Não precisamos de mais do mesmo, precisamos de uma ruptura com a política que tem sido seguida.

João Brandão

sábado, 16 de maio de 2009

O desenvolvimento urbanístico e ambiental de Faro




Este é um dos pontos da nossa proposta de programa para o qual foram apresentadas mais sugestões

Da proposta de programa retiramos:

É necessário acabar com o caos.
1. Planificar o desenvolvimento da cidade e do concelho, devolvendo a cidade aos seus habitantes e aumentando os espaços verdes.
2. Defender o Pontal como o grande pulmão da cidade e, juntamente com o Parque Ribeirinho, a ilha de Faro e outras ilhas barreira, um espaço de lazer da sua população.
3. É necessário criar uma rede de transportes colectivos urbanos e interurbanos ao serviço das necessidades de deslocação da população libertando-nos da ditadura do automóvel. As bicicletas devem constituir um meio de deslocação a privilegiar.
4. A recuperação do parque habitacional é uma prioridade que permitirá combater o despovoamento da baixa, a especulação imobiliária e apoiar a criação da habitação social.

Medidas sugeridas para o desenvolvimento urbano e ambiental
a) Habitação:
- Recuperação do parque habitacional.
- Habitação social e a custos controlados.
- Penalizar fiscalmente os prédios devolutos favorecendo o arrendamento.
- Fim da especulação imobiliária.
- Fazer cumprir a lei do ruído
b) Reequilíbrio urbano (cidade e freguesias)
- Preservação e valorização do património
- Fim da anarquia da construção / reequilíbrio arquitectónico
- Crescimento dos espaços verdes e lúdicos (Plano verde do concelho...). Falta de muitos espaços verdes. Com funções de recreio e actividades de ar livre.
- Parque Ribeirinho continua por ser implementado.
- Criação de planos urbanísticos e a manutenção do património arquitectónico. Nenhuma alteração nas facadas dos edifícios em toda a zona da baixa. Não ao crescimento em altura. Não mais edifícios à beira da ria!
- Revitalizar a Av. 5 de Outubro como passeio público.
- Deslocar os comboios fora da linha de costa. A frente ribeirinha para os munícipes!
- Deslocar as bombas de abastecimento de combustíveis para fora da cidade.
c) Acessibilidade e transportes
- Prioridade aos transportes públicos. Falta transporte público adequado a todos os cantos de Faro. Não poluente e com serviço 7 dias por semana até as 23 horas. - Metro de superfície? Sim ou não? Aqui as opiniões dividem-se:
- Sim: com várias linhas (ou carreiras regulares minibus): Faro ao aeroporto, passando por Montenegro e Gambelas; Faro – Olhão; Faro – Conceição – Estói – S. Brás de Alportel; Faro – Patacão - S. Barbara – Loulé;
- Talvez: É viável a proposta dum metro de superfície numa cidade de 50000 habitantes? De que tipo de metro de superfície se trata?
- Não: Exigir a sustentabilidade económica e um análise custo/beneficio para os munícipes com a construção do chamado metro de superfície. Sem cumprir esses critérios, somos contra.
- Vias de acesso e estacionamento/redução do caos do trânsito.
- Impulsionar a utilização da bicicleta. A ecovia pintada nas ruas é caricata. Implementação de ciclovias. Faro não tem locais para estacionamento de velocípedes.
- Resolução dos estrangulamentos de trânsito nas entradas/saídas da cidade. Com parques de estacionamento à entrada da cidade.
- Criar parques de estacionamento vigiado e de baixo custo, para os utentes da
CP e da estação rodoviária.
d) Saneamento básico
- Abastecimento de água a todo o concelho
- Limpeza e recolha e tratamento dos lixos
- Rede eléctrica e de comunicações
e) Plano Verde (que vem desde 1995) que foi feito?
- Que acontece com a chamada “Estrutura Ecológica Fundamental” indicada naquele projecto? (Esta estrutura inclui entre outros o Sistema agrícola das Campinas, o Sistema de mata de pinhal manso, a Rede hidrográfica e áreas adjacentes e as Zonas ameaçadas por cheias.).
- Que tem feito a CMF pelos pequenos produtores agrícolas justamente localizados no Sistema Agrícola das Campinas? Crédito, apoios, um local de venda directa na cidade?
- Criação do “Parque Ecológico do Pontal” indicado no Plano Verde. O BE propõe um Projecto para o Pontal: um parque para os cidadãos, mas ao mesmo tempo numa óptica de preservação dos habitats ecológicos. Propomos a expropriação de terrenos actualmente descobertos de vegetação e abandonados pelos seus proprietários.
- Defesa do Parque Natural da Ria Formosa. Contra uma visão completamente urbana e de betão para um Parque Natural. Dragagens e descontaminação da ria. Terminar com todos os esgotos que vão para à ria.
- Renaturalização progressiva das ilhas barreira.
f) Defesa do peão contra a ditadura do automóvel.
- Proibição do estacionamento nos passeios.
- Construção de passeios e percursos pedonais.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O Desenvolvimento Económico do Concelho de Faro

A nossa Proposta de Programa foi o primeiro documento deste blogue e já vai esquecida. Para relançar o debate, vamos apresentar um tema de cada vez.


O Desenvolvimento Económico do Concelho de Faro

Devemos apoiar-nos no nosso Património Cultural e Natural envolvente (Ria Formosa e Pontal), no Aeroporto, no Hospital e na Universidade para projectarmos uma cidade com um bom Ambiente, da Cultura e do Conhecimento com Serviços, Comércio e Indústria de Qualidade.
É imperioso planear:

O desenvolvimento económico.

É necessário rentabilizar os recursos existentes: desenvolvendo um turismo da natureza, científico e cultural; desenvolvendo a pesca e indústrias afins; envolvendo a universidade no aproveitamento dos recursos naturais e na criação de novas indústrias não poluentes; apoiando o desenvolvimento da agricultura na campina, etc.. Um desenvolvimento económico sustentado é um passo indispensável para a recuperação e dinamização do nosso concelho.

Medidas propostas por aderentes e simpatizantes, para o desenvolvimento económico:

Aproveitamento dos recursos naturais do concelho.
a) No mar e na Ria Formosa :
- Marisqueio/ Pesca/ Aquacultura
- Tecnologia e investigação ligada à Ria e aos recursos marinhos.
- Energias renováveis (marés...)
b) Na terra:
- Agricultura temporã (os primores) / estufas / biológica...
- Criar a Região Demarcada da Campina de Faro.
- Tecnologia e investigação ligada aos produtos da terra (marcas registadas...)
- Energias renováveis (painéis solares, biomassa, eólica?)
c) No ambiente:
- Turismo da Natureza/ Científico/ Cultural...
- Tecnologia e investigação ligada ao Turismo...
- Preservação do ambiente/água/ despoluição/reciclagem...
- Reforço da capitalidade do concelho
- Aproveitamento e melhoria das infraestruturas centrais sedeadas no concelho (Aeroporto, Universidade, Hospital Central e outros serviços públicos).
(...)
d) Outras actividades económicas:
- Protecção do Comércio e Restauração na Baixa de Faro.
- Indústria de alta tecnologia ligada à universidade. Concretização do Pólo Tecnológico.
- Criação de um mercado para produtos de agricultura biológica e da
Campina de Faro e da pesca tradicional - promovendo a venda directa do produtor ao consumidor.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Breves Notas em Torno do Ambiente


A questão da defesa e promoção do ambiente natural no concelho de Faro é importante e tem sido polemizada sobretudo a propósito das áreas abrangidas ou limítrofes à Ria Formosa. As suas zonas marinhas, de sapais e terras adjacentes, as matas do Ludo e do Pontal.

Outros pontos de crítica e debate com maior peso são a carência de espaços verdes na cidade, com o excesso e caos de áreas comerciais, habitacionais e outros edificados; o fraco ou deficiente aproveitamento das terras agrícolas, sobretudo as de regadio, a sua degradação ou destruição através da ocupação por diferentes espaços comerciais e outros e por infraestruturas diversas e vias de comunicação; as diferentes formas de poluição, seja do solo, seja da ria e do mar, por via dos esgotos urbanos (nem as Etars por vezes funcionam bem), dos lixos e entulhos e de escorrências agrícolas ou de múltiplos equipamentos turísticos, industriais ou outros.

Para além do poder autárquico, várias entidades são responsáveis pelo seu acompanhamento e controlo, desde a Direcção Regional de Agricultura, passando pela Administração da Região Hidrográfica do Algarve, a CCDR, o Instituto de Conservação da Natureza, o Instituto dos Portos e a Capitania, a Delegação Regional de Economia, a Administração Regional de Saúde, a GNR e a própria ASAE. Algumas firmas semi-privadas como a Fagar, Algar e Águas do Algarve.
Muitas entidades e pouca articulação e eficácia. Característica comum da sua acção, embora com excepções que confirmam a regra, é uma intervenção rotineira e burocrática que arrasta muitas situações, actua pontual e isoladamente, facilitando a permanência e o avolumar dos problemas. Como em outras áreas, a intervenção e os pareceres, quando se fazem sentir, tendem a ser duros e rígidos com pessoas de fracos recursos e afastadas do poder e tolerantes ou até permissivos para com projectos ou irregularidades cometidas por indíviduos ou empresas poderosas e influentes.

Muitos destes serviços não têm melhorado a sua gestão, mas têm perdido recursos humanos e verbas, enfraquecendo e até paralizando tarefas e projectos, como é exemplo a recente notícia sobre as estações de verificação da qualidade do ar na região.

Os poderes económicos e os poderes políticos que têm comandado a vida do município são os principais responsáveis pelas lacunas e pelos problemas ambientais existentes. A permanecer o seu domínio como até aqui as situações não irão melhorar. Da parte dos interesses privados de maior dimensão, apesar da crise, mantem-se a insistência na especulação imobiliária e nos espaços comerciais e de serviços, mais alguns projectos turísticos pouco amigáveis da conservação da natureza. Os actuais poderes autárquico e central (e a alternância não lhes fica atrás) batem palmas e tudo fazem para atrair esses interesses.

Por isso o Plano Verde aprovado para a cidade e resto do concelho continua na gaveta, o velho Passeio Ribeirinho morreu quase na casca após gasto de alguns milhares de euros, as matas do Ludo e do Pontal continuam por recuperar e reflorestar, povilhadas de lixo e entulho, sob permanente ameaça de projectos predadores. As grandes “visões estratégicas” disputam mais três ou quatro grandes centros comerciais, anseiam por comprador para os terrenos do Estádio de S. Luís, pré-anunciam a venda do polo universitário da Penha e deliram com a perspectiva do Parque urbano Dulce Vita, auto promovido a futuro “pulmão verde” de Faro, esquecendo o verdadeiro, desde sempre presente mas sempre desprezado.

Esta é a realidade, dos pequenos aos grandes exemplos: desde a empresa de reciclagem na Quinta da Torre (Pontal), à empresa de suinicultura na zona do Rio Seco que irá virar empreendimento de turismo rural, ao Porto de Recreio e seus prováveis equipamentos e elitismos, ao projecto de capitais russos para Resort no Pinhal do Pontal.

Contra este estado de coisas, as medidas e as decisões necessárias estão no reverso daquelas que hoje se tomam. Para as alcançar só a acção das associações ambientalistas, a movimentação cidadã, a consciência e pressão cada vez maior de que não há lucros ou até empregos válidos se for à custa da natureza e do ambiente e da sua preservação. E com certeza, para que isso não traga injustiça e perda social, é indispensável o investimento e contrapartidas do Estado às pessoas ou comunidades afectadas, a inexistência ou redução de margens de lucro, as restrições de “direitos adquiridos”, o predomínio do interesse público e geral sobre egoísmos particulares.

05/05/09
Vítor Ruivo

Uma nova política económica para as áreas protegidas


(Elementos para o programa eleitoral do BE)

Introdução

Os recentes desenvolvimentos relacionados com o Ambiente no caso Freeport , os anúncios dum mega projecto tipo “resort” no Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) (Público 9/02/09), assim como outros onde áreas naturais, protegidas ou não passam a serem desenvolvidas para turismo ou infra-estruturas (como no caso do Choupal em Coimbra,) demonstram que há qualquer coisa errada na concepção destas áreas naturais por parte do Estado e da sua utilização por parte dos cidadãos.

Como é que áreas declaradas reservas ou parques nacionais mediante pareceres dados por instituições competentes, após sérios estudos ecológicos e ambientais, repentinamente percam aquelas características e o seu valor anteriormente reconhecido, autorizando nelas alterações profundas que levam a sua destruição?
Para compreender esta transformação, é preciso compreender qual é o conceito de protecção e conservação da natureza que tem o governo, da utilidade que as áreas protegidas teriam para os cidadãos e portanto dos projectos económicos possíveis de desenvolver nestas áreas.


O Turismo de Natureza na legislação actual

Na legislação vigente, a utilização dos cidadãos das áreas protegidas se faz mediante o chamado Turismo de Natureza. Este seria a forma de contacto das populações com os habitats naturais protegidos. Este conceito está definido em vários lugares na legislação portuguesa. Da sua definição derivam muitas políticas e regras que fixam o grau de intervenção humana possível nestas áreas, nomeadamente nos Parques Naturais.
A degradação geral que se observa nos Parques Naturais, como é o caso do PNRF, tem acontecido em paralelo com a evolução da legislação sobre protecção ambiental. Daquilo que se pode e não se pode fazer nas áreas protegidas. Parece-nos fundamental então saber como evolucionou o Turismo de Natureza, que define justamente a interacção das pessoas com os habitats naturais. Para isto, vamos nos referir a três diplomas que consideramos os mais importantes na definição da filosofia deste conceito assim como aos elementos da sua implementação, as chamadas casas de natureza. O primeiro destes documentos é o Decreto-lei 47/99 de 16 de Fevereiro. Nos seus considerandos pode-se ler:

...Os espaços naturais surgem cada vez mais, no contexto internacional e nacional, como destinos turísticos em que a existência de valores naturais e culturais constituem atributos indissociáveis do turismo de natureza. As áreas protegidas são, deste modo, locais privilegiados como novos destinos, em resposta ao surgimento de outros tipos de procura, propondo a prática de actividades ligadas ao recreio, ao lazer e ao contacto com a natureza e às culturas locais, cujo equilíbrio, traduzido nas suas paisagens, conferem e transmitem um sentido e a noção de «único» e de «identidade de espaço», que vão rareando um pouco por todo o nosso território.

... Considerando que o turismo de natureza é uma vertente da actividade turística ainda incipiente no nosso país, a qual se torna necessário dotar de capacidade de afirmação e competitividade, assegurando, porém, a regulamentação necessária à compatibilização com a preservação dos valores naturais e com as premissas do desenvolvimento local sustentável;

... Considerando que é necessário uma promoção flexível e adequada, garantindo os fluxos necessários à rentabilização dos investimentos, não pondo em causa a rentabilidade e a preservação das riquezas naturais ou construídas em prol de um turismo sustentável;
”.

Em continuação, o decreto-lei define o turismo de natureza:

Artigo 1º. Noção
1) Turismo de natureza é o produto turístico composto por estabelecimentos, actividades e serviços de alojamento e animação turística e ambiental realizados e prestados em zonas integradas na rede nacional de áreas protegidas, adiante designadas por áreas protegidas


2) O turismo de natureza desenvolve-se segundo diversas modalidades de hospedagem, de actividades e serviços complementares de animação ambiental, que permitam contemplar e desfrutar o património natural, arquitectónico, paisagístico e cultural, tendo em vista a oferta de um produto turístico integrado e
diversificado.


Artigo 6.º
Casas de natureza
Para efeitos do presente diploma, entende-se por casas de natureza as casas integradas em áreas protegidas, destinadas a proporcionar, mediante remuneração, serviços de hospedagem e que, pela sua implantação e características arquitectónicas, contribuam decisivamente para a criação de um produto integrado de valorização turística e ambiental das regiões onde se insiram

Mais à frente, a lei define animação ambiental:

Artigo 9.º Modalidades
1) Considera-se animação o conjunto de actividades que se traduzam na ocupação dos tempos livres dos turistas e visitantes, permitindo a diversificação da oferta turística, através da integração dessas actividades e outros recursos das áreas protegidas, contribuindo para a divulgação da gastronomia, do artesanato, dos produtos e das tradições da região onde se inserem, desenvolvendo-se com o apoio das infra-estruturas e dos serviços existentes no âmbito do turismo de natureza.

(os sublinhados são nossos)

Do articulado da lei destacam-se dois factos. Primeiro, o turismo de natureza é considerado um produto turístico. Segundo, este produto concretiza-se principalmente através de estabelecimentos e alojamentos, denominadas casas de natureza, onde se efectuam actividades denominadas de divulgação tais como a gastronomia o artesanato e outros produtos. Isto é, na sua essência, uma actividade eminentemente turística comercial.
Confirma a nossa apreciação, o facto do artigo nº 16 da lei supracitada encarregar a Direcção Geral de Turismo (DGT) de dar pareceres sobre os pedidos de licenciamento e autorização para obras no referente a casas de natureza. Se a ênfase estivesse no ambiente, o normal seria este Ministério o responsável pelas autorizações e alvarás de construção.

O Decreto-Lei n.º 56/2002 de 11 de Março, do Ministério da Economia altera o decreto-lei 47/99 em vários aspectos, atribuindo as responsabilidades de aplicação da lei às Câmaras Municipais, à DGT e ao Instituo de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).
Este decreto vem diluir ainda mais o carácter de protecção da natureza e das áreas protegidas.
O decreto altera as atribuições da DGT e determina que: “compete ao presidente da câmara municipal emitir o alvará de licença ou de autorização de utilização para casas de natureza”.
Fácil é compreender a ausência de competência técnica por parte das câmaras nestes assuntos.

O decreto 56/2002 caracteriza ainda as casas de natureza no artigo nº 13:
Sem prejuízo do disposto no nº 1 do artigo seguinte, para efeitos do presente diploma, considera-se instalação de casas de natureza o processo de licenciamento ou de autorização para a realização de operações urbanísticas relativas à construção e ou utilização de edifícios ou suas fracções destinados ao funcionamento daquelas”. (o sublinhado é nosso).

Isto é, as casas de natureza atingem aqui o carácter de operações urbanísticas. Desta forma, este decreto elimina qualquer obstáculo à construção urbanística, prédios e as suas respectivas fracções. E a tudo isto se denomina “casas de natureza”.

Quem pode explorar estas denominadas casas de natureza? O artigo nº 42 do decreto-lei 56/2002 especifica que:

Artigo 42.o, Regime de exploração das casas de natureza,
1— . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — As casas de natureza apenas podem ser exploradas pelo Instituto da Conservação da Natureza, pelas autarquias locais, por associações de desenvolvimento local, por pessoas singulares ou pequenas e médias empresas. “
Isto é, exceptuadas as companhias multinacionais, qualquer pessoa pode explorar as ditas “casas de natureza.”
Finalmente, no artigo 29 se fazem especificações sobre o alvará de licenciamento:

“Artigo 29.o Especificações do alvará
1 — O alvará de licença ou de autorização de utilização para casas de natureza deve especificar, para além dos elementos referidos no n.o 5 do artigo 77.o N.o 59 — 11 de Março de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2123 do Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezembro, os seguintes:
a) A identificação da entidade exploradora das casas de natureza;
b) O nome das casas de natureza;
c) A classificação quanto à modalidade de hospedagem provisoriamente aprovada pela Direcção-
Geral do Turismo;
d) A capacidade máxima das casas de natureza provisoriamente fixada pela Direcção-Geral do Turismo.


O terceiro corpo legal relacionado com os anteriores, é o Decreto-Lei 39/2008 de 7 de Março do Ministério de Economia. Ali desaparecem as casas de natureza, e são definidos os chamados empreendimentos de turismo de natureza.

Artigo Nº 20, Nº 1
São empreendimentos de turismo de natureza os estabelecimentos que se destinam a prestar serviços de alojamento a turistas em áreas classificadas ou noutras áreas com valores naturais, dispondo para o seu funcionamento dum adequado conjunto de instalações, estruturas, equipamentos e serviços complementares relacionados com a animação ambiental, a visitação de áreas naturais, o desporto de natureza e a interpretação ambiental”.

Que tipos de empreendimentos turísticos podem existir nas “áreas classificadas”?

Artigo 20, Nº 3
Os empreendimentos de turismo de natureza adoptam qualquer das tipologias previstas das alinhas (a) a (g) do Nº 1 do Artigo Nº 4

Quais são então este tipos de empreendimentos possíveis de serem construídos nas áreas protegidas?

Artigo Nº4 . Tipologia de empreendimentos turísticos
1. Os empreendimentos turísticos podem ser integrados num dos seguintes tipos:
a) Estabelecimentos hoteleiros
b) Aldeamentos turísticos
c) Apartamentos turísticos
d) Conjuntos turísticos (resorts)
e) Empreendimentos de turismo de habitação
f) Empreendimentos de turismo rural
g) Parques de campismo e de caravanismo
h) ......


Nesta rápida vista da legislação nos últimos 10 anos, se pode ver claramente a evolução que teve o “produto turístico” inicial, passando pelas “casas de natureza” até estes “empreendimentos turísticos”. Desde uma vaga proposta de alojamentos nas áreas protegidas, até a autorização de construção de vários tipos destes hotéis, como vemos na tipologia supracitada. Não surpreende o envolvimento da DGT e do Ministério de Economia nestas definições e a nenhuma participação das autoridades do Ambiente. Os critérios definidos, nada têm a ver com a protecção do Ambiente e as áreas protegidas.
A legislação deve ser mudada.

O desenvolvimento económico em áreas protegidas

Consoante com esta visão do relacionamento das pessoas com a Natureza, são as políticas de desenvolvimento permitidas nas áreas protegidas. Uma destas é constituída pelos PIN (Projecto de Interesse Nacional). Definidos na legislação, eles podem serem declarados em áreas protegidas. O caso Freeport é o seu mais mediático exemplo.
O Decreto-Lei 174/2008 de 26 de Agosto, do Ministério de Economia, regulamenta os projectos PIN. Este decreto revoga os anteriores Decreto Regulamentar nº 8/2005, de 17 de Agosto, a RCM nº 95/2005, de 24 de Maio, e a RCM nº 15/2008, de 25 de Janeiro pelo que não vamos comentar estes. As referências ao ambiente neste diploma são as seguintes:

Art. 1 Nº 2
Podem ser reconhecidos como PIN, beneficiando do procedimento especial de acompanhamento, os projectos que reúnam os seguintes requisitos cumulativos:
a) Representem um investimento global superior a 25 milhões de euros;
b) Possuam comprovada viabilidade económica e reconhecida idoneidade e credibilidade do respectivo promotor;
c) Visem a instalação de uma base produtiva, com forte incorporação nacional, criadora de valor acrescentado bruto;
d) Integrem nas prioridades de desenvolvimento definidas em planos e documentos de orientação estratégica em vigor, designadamente nos seguintes: Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, Plano Tecnológico, Programa Nacional de Política do Ordenamento do Território,
Plano Estratégico Nacional do Turismo, Estratégia Nacional para a Energia, Portugal Logístico;
e) Sejam susceptíveis de adequada sustentabilidade ambiental e territorial;
f) Apresentem um impacte positivo em pelo menos cinco dos seguintes domínios:
i) Produção de bens e serviços transaccionáveis, de carácter inovador que lhes confira clara vantagem face à oferta existente e em mercados com potencial de crescimento;
ii) Efeitos de arrastamento em actividades a montante ou a jusante, particularmente nas pequenas e médias empresas;
iii) Introdução de processos tecnológicos inovadores ou colaboração com entidades do sistema científico e tecnológico;
iv) Criação mínima de 100 postos de trabalho directos em fase de laboração e qualificação do emprego gerado através de formação desenvolvida por entidades formadoras certificadas;
v) Inserção em estratégias de desenvolvimento regional ou contribuição para a dinamização económica de regiões do interior ou com menor grau de desenvolvimento;
vi) Balanço económico externo, nomeadamente no aumento de exportações ou na redução de importações;
vii) Eficiência energética ou favorecimento de fontes de energia renováveis.

Art. 1 Nº 3
Podem, ainda, ser reconhecidos como PIN projectos de valor igual ou inferior a 25 milhões de euros
desde que tenham uma forte componente de investigação e desenvolvimento (I&D), de inovação aplicada ou de manifesto interesse ambiental e desde que satisfaçam as condições fixadas nos termos do número anterior.

Art 1 Nº 2
5 — A aplicação dos critérios referidos no n.º 2 é efectuada de acordo com os parâmetros fixados no anexo ao presente Regulamento.

E no anexo pode-se ler:
...
8 — Sustentabilidade ambiental:
a) Compatibilidade com os valores naturais presentes, designadamente com as áreas protegidas e com a Rede Natura 2000 e plano sectorial respectivo, ou susceptibilidade de minimização/compensação de modo a atingir tal compatibilização.

É precisamente neste ponto 8 do anexo onde se define o que se entende por “adequada sustentabilidade ambiental”. Esta se refere como se vê, a uma “compatibilidade com os valores naturais presentes...”
Como ficou demonstrado pelo caso Freeport, a compatibilidade é suficientemente flexível como para permitir a instalação dum centro comercial nas áreas protegidas. E tudo isto, com o parecer favorável das mais altas instituições e autoridades do Ambiente.

Eis a preservação da natureza que o Estado defende em 2008 na legislação portuguesa.

É preciso uma nova política do Ambiente

Uma política de desenvolvimento económico em áreas protegidas requer duma nova legislação e uma política governamental coerente. Entre os conceitos fundamentais a mudar na sua filosofia e aplicação, esta o conceito de Turismo de Natureza, tal como entendido na actual legislação. Isto é, a maneira que as pessoas vem os seus habitats naturais e qual é o seu desenvolvimento desejável para usufruir destes mesmos recursos ao mesmo tempo de preservar estes para as gerações futuras.
A este singular conceito de Turismo de Natureza na legislação actual que autoriza hotéis, apartamentos, resorts e centros comerciais nas áreas protegidas, garantindo assim a sua destruição definitiva, nos opomos o conceito de recreação (não confundir com recreio), como as actividades fundamentais que podem e devem serem praticadas nas áreas protegidas.
Definimos recreação como uma actividade humana de contacto directo com a natureza, caracterizada por uma utilização mínima de infra-estruturas nesse contacto. Os seus objectivos principais são: observar e usufruir da beleza paisagística oferecida pelo espectáculo da própria natureza, a educação presencial sobre aspectos principalmente ecológicos e dos diversos habitats que estes processos naturais proporcionam, o lançamento de produtos e serviços do ambiente, assim como a preservação dos habitats naturais para que deles possamos desfrutar e no seu aproveitamento contribuir para a educação das gerações futuras.

A gestão das áreas protegidas disponibiliza infra-estruturas de apoio as actividades de recreação, educação e investigação. Estas infra-estruturas são apenas as mínimas necessárias justificáveis na prossecução destes objectivos, nomeadamente no que respeita a centros de interpretação ambiental e não comportarão alojamentos . Estes recursos serão sempre de propriedade do Estado e administrados pela correspondente unidade regional que será ao mesmo tempo a entidade responsável pelas tarefas de animação e educação ambiental. Por norma geral, as construções que chegarem a serem construídas, encontrar-se-ão nos limites exteriores ou em áreas possíveis a estes fins das áreas protegidas. Na sua construção são utilizados materiais naturais.

A recreação supõe portanto a utilização racional dos habitats naturais para o desenvolvimento espiritual e físico das pessoas, sustentável economicamente, capaz de oferecer serviços e produtos únicos, sem destruir os habitats naturais a serem preservados para as gerações futuras.

Da mesma maneira que um museu proporciona às gerações actuais admirar a obra da criação humana do passado e do presente, oferecendo serviços de contemplação, educação, informação e investigação, este conceito de recreação propõe disponibilizar o que nos oferece a natureza para o nosso enriquecimento físico, espiritual e formativo, assim como para a investigação científica.
Tal como no contexto de preservação e manutenção das obras no museu, os serviços a isso inerentes são sustentados pelos próprios cidadãos e outras entidades, nas áreas protegidas e também num contexto de preservação e manutenção dos seus recursos, deverá ser promovida a respectiva auto sustentabilidade económica.

Mais, do ponto de vista económico a natureza oferece ainda importantíssimos produtos tais como agua (o recurso mais escasso do século XXI), madeira, oxigénio, etc. E no caso da Ria Formosa, oferece um fantástico viveiro natural para muitas espécies de peixes e moluscos. E por isto mesmo, é também fonte de empregos permanentes.

É preciso urgentemente modificar a legislação vigente, e mudar o conceito de lidar o turismo de natureza com o desenvolvimento urbanístico turístico em áreas protegidas, que a própria legislação diz defender. Na actualidade, ao serem exploradas as possibilidades que esta legislação oferece, o PNRF e os seus habitats naturais serão de aqui em poucos anos só uma recordação na poeira da arena.

Para terminar, só uma simples proposta como amostra que aquilo que falta é uma melhor vocação ambientalista, no desenvolvimento de políticas que desenvolvam e protejam os nossos recursos naturais em geral. No caso do Algarve por exemplo, desde onde escrevemos estas linhas, sugerimos pelo menos duas ideias. A primeira é um projecto de desenvolvimento para o Pontal no PNRF, tal como aquele apresentado recentemente na Assembleia Municipal da CMF. A segunda, é a ideia dum grande projecto florestal de aproximadamente 50 mil hectares para repovoar a serra algarvia, utilizando espécies autóctones da região e incluindo pinheiros da zona da costa para criação duma grande floresta mista. Um tal projecto teria um forte impacto positivo na quase inexistente economia agrária nesta área empobrecida e despovoada, e proporcionando um importante volume de emprego permanente directo e indirecto, ajudando a deter a chamada desertificação do interior. Representaria igualmente um intento de diversificação da economia algarvia. Credito, planos directores, plantas e assistência técnica estatal aos pequenos agricultores destas áreas seriam os instrumentos privilegiados deste projecto na sua primeira fase.

Patricio Serendero, Março 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A insegurança, também em Faro, um problema a que urge dar resposta

Desde há bastante tempo que uma questão me preocupa: a insegurança, em particular, em Faro.

Sendo membro, pelo BE, numa assembleia de freguesia, não tenho deixado de nela manifestar essa preocupação, sobretudo em alturas em que o problema se tem feito sentir com mais acuidade. No seio do BE também não tenho deixado de levantar a questão, em vão. Embora quase toda a gente ache que se trata de um problema, a eterna necessidade de se ir à raiz da questão justifica o adiamento da procura de soluções. E como, na narrativa da Esquerda, a raiz do problema está a montante, é o sistema capitalista, estamos conversados,… Resta, por conseguinte, a nível local, concentrarmo-nos nos desmandos das empresas municipalizadas, no ataque às ditaduras do automóvel e do betão, na crítica aos erros da monocultura do turismo, e por aí adiante.

Muito embora seja necessária uma intensa aposta no desenvolvimento do Concelho contra todas as aberrações atrás referidas e uma pipa de outras mais, ficarmo-nos por aí – o que já não é pouco, diga-se – conduz, no meu entender, a um défice de resposta eficaz da Esquerda, em particular do BE, à questão da insegurança e do péssimo funcionamento da Justiça. O sistema capitalista é, de facto, um óptimo potenciador da criminalidade, pelas injustiças que produz. Mas contentarmo-nos em sublinhar o facto e não arredarmos daí pé, pode deixar-nos de consciência tranquila por apontarmos o dedo à raiz do problema, porém, aos olhos dos cidadãos não resulta mais do que assobiarmos para o lado. Porque, aos olhos das pessoas – que até podem não ter uma consciência muito avançada e ter alguns preconceitos à mistura, mas de todo não são parvas – muitos dos “bons selvagens” já só são selvagens, porque há muito que deixaram de ser bons…

Se aceitarmos, muito rousseaunianamente – e também maniqueistamente, digo eu – que o problema só está no sistema social, temos ao menos obrigação de dar resposta a uma vertente da questão, que é a do apoio à vítima. Para sossego dos mais fervorosamente revolucionários entre nós, nem toda a vítima é necessariamente abastada. De facto, os carros assaltados, ou pura e simplesmente vandalizados, não são necessariamente todos topos de gama pertencentes a gestores fraudulentos, as casas assaltadas não são necessariamente todas luxuosos condomínios fechados, de gente rica mafiosa, com segurança privada à porta.

Sem se dar ao luxo de preocupações rousseaunianas – admito-o –, o desempenho cinzento tipo “faz de conta” das autoridades policiais e judiciais vai dar ao mesmo, ainda que se desdobrem nos mais arrojados malabarismos com o fito de conservar uma Justiça obstinadamente cega, que o mesmo é dizer, que menos trabalho lhes dê: prazos cumpridos, diligências tidas como feitas como manda a lei, processos arquivados, por conseguinte, justiça “feita”…

Ao contrário do discurso oficial de que os cidadãos podem confiar e devem colaborar com a Justiça, a realidade é diametralmente oposta, a generalidade dos portugueses sem grandes recursos sabe bem que não vale a pena sequer apresentar queixa, porque nunca dá em nada.

O Bloco, mesmo não pondo a tónica na punição dos criminosos, devia ao menos incluir na sua agenda pela modernidade, a necessidade de apoio às vítimas, cuja única culpa foi acertar em cheio num local e hora de azar.

Mas, no meu entender, o sentimento de insegurança não pode ser reduzido, como pretendem alguns especialistas da área da sociologia, a uma construção que apenas resulta das representações que cada um vai elaborando para si, em função dos “alarmismos” da comunicação social. O sentimento de insegurança resulta de crimes reais e são esses que preocupam as pessoas. Os crimes até podem ser ignorados nos noticiários, muito embora não se perceba a vantagem de uma falsa sensação de segurança – com a agravante de nos tornar mais incautos… O Bloco de Esquerda devia empenhar-se também na luta contra a criminalidade, da qual, grande parte não deixa de estar associada às mais reaccionárias e aviltantes maneiras de estar em sociedade, com manifestações de total desprezo pelo Outro. Nesse sentido, era obrigação nossa denunciar a total inépcia do Estado, por omissão, na dissuasão da criminalidade. O Estado começa por não fornecer aos seus Agentes de Autoridade os meios necessários para a prossecução eficaz e séria de um processo criminal, o qual deveria resultar, quer na punição dos criminosos, quer no apoio e consequente ressarcimento das vítimas.

Não o fazer, é deixar esta importante bandeira nas mãos da Direita, que muito agradece… para além de ganhar legitimidade para a tratar – também maniqueistamente, digo eu – como muito bem entender...

Augusto Taveira

quarta-feira, 6 de maio de 2009

PROPOSTA DE PROGRAMA ELEITORAL PARA A FREGUESIA DE MONTENEGRO


DESENVOLVIMENTO URBANÍSTICO E AMBIENTAL

Uma FREGUESIA esquecida nestes últimos anos, sem qualquer evolução, nem desenvolvimento, por mais uma vez a politica débil e desordenada do partido socialista em conjunto com o seu braço direito o partido social-democrata, que tem vindo a dividir os executivos desta FREGUESIA, esta na hora de mudar o rumo das coisas, esta na hora de dar a estes fregueses, melhor qualidade de vida, com melhoramentos na rede de esgotos, com melhores estradas mais acessibilidades, tais como uma rotunda que tanto se fala na estrada 125 junto aos comandos, para que se possa entrar e sair, por onde sempre se entrou e saio durante uma vida, para que os fregueses desta FREGUESIA possam usufruir, de mais segurança e assistência medica, por estranho que pareça a FREGUESIA DE MONTENEGRO, neste momento só tem uma entrada, para uma situação de emergência, de bombeiros, ambulâncias, policia, que para se socorrer um cidadão na rua, António Aleixo, ou na Urbanização Monte da Ria, por exemplo teremos de percorrer mais três ou quatro quilómetros, que para os senhores que aprovaram esta mudança lá não moram nem lá tem familiares como tal não sentem estes problemas, nem por ele tentam fazer alguma coisa, será que toda a gente já esqueceu o acidente que a alguns anos se deu no Aeroporto Internacional de Faro, já alguém pensou se fosse hoje, se poderia dar uma situação, dramática, tenho como exemplo quando se realizou a concentração do Moto Clube de Faro a alguns anos e se deu um incêndio no Ludo logo de seguida todo ficou bloqueado, com o trânsito do Aeroporto, da Praia, e o da dita concentração foi o caos, vamos olhar de uma forma diferente para estes problemas, vamos mudar, vamos melhoras.

A parte urbanística vamos estar mais atentos a esta construção sem rumo nem roque, vamos ordenar, vamos preservar os espaços verdes que são para todos e não só para alguns como tem vindo a acontecer nestes últimos anos, onde tantas urbanizações foram construídas mas os seus espaços verdes foram vendidos, aquilo que era de todos nos foi para o benefício só de alguns, vamos e temos de mudar estes maus hábitos, já chega de abuso de poder e falta de respeito pelos outros.

Vamos dar uma iluminação a esta FREGUESIA do século XXI não só no centro do MONTENEGRO mas em toda a freguesia que alguma desta iluminação tem mais de três décadas, esta na hora de mudar.

Vamos olhar pelas zonas pedonais que não existem, vamos olhar pelas estradas que faltam construir, vamos trazer a esta FREGUESIA as acessibilidades que ela precisa dá muito.

Vamos requalificar a rede viária, para que se possa ter as carreiras de mini bus, a fazer toda a zona de Montenegro e Gambelas, para que se possa minimizar a movimentação de um grande numero de carros para dentro da cidade, trazendo a sim uma mais-valia para o Ambiente, e todos nos.

Vamos olhar mais de perto para os serviços de limpeza e suas carências da nossa FREGUESIA, porque certamente poderemos melhor.


DESENVOLVIMENTO SOCIAL E CULTURAL

Vamos olhar para umas melhores condições para sede da JUNTA DE FREGUESIA, que neste momento já se encontrão ultrapassadas, sem condições para zonas de lazer, para os nossos idosos, sem uma arrecadação para as nossas máquinas e ferramentas, sem salas que se possam disponibilizar para alguns protocolos possíveis, no melhoramento da saúde dentária, da ortopedia, da oftalmologia, e na advocacia para os mais carenciados etc.

Vamos trazer os serviços que ainda faltam para a nossa FREGUESIA para podermos dar mais qualidade de vida aos nossos fregueses.

Vamos estar mais perto das entidades que apoiam os nossos idosos, dos Clubes da nossa FREGUESIA das Associações da nossa terra, para que possam desenvolver um trabalho mais apoiado se for necessário.

Vamos olhar mais de perto para a nossa juventude, e issentivalos, ao desporto e á cultura podendo-se criar alguns protocolos com a Universidade do Algarve em Campos de Gamelas, Clubes e Associações da Freguesia, para que as nossas raízes e cultura não se percam no tempo.

Vamos olhar pelos espaços de laser para os nossos idosos, tais como zonas verdes e recintos de jogos adequados as suas práticas, petanga, malha, dança, etc.

MAIS SEGURANÇA NA FREGUESIA

Vamos mudar a insegurança desta freguesia, iremos desenvolver protocolos com quem de direito, (Policia de Segurança Publica) para todos nos possamos ter o mínimo de segurança, (durante a noite) quando saímos á rua, não se compreende como uma Freguesia com 14000 habitantes continua a ter o mesmo policiamento (uma patrulha que corre todas ou quase todas as freguesias e se houver um cadáver para identificar já não á patrulha nessa noite, como algumas vezes já aconteceu) que tinha á dez anos a trás com 3000 mil habitantes, são estas pequenas grandes coisas que para os políticos não interessa mas que para a população faz a diferença, é a sua segurança que esta em causa não a dos senhores políticos que lá não morram, vamos mudar, já chega de inércia para com

CONCLUINDO

Estes e outros problemas, esta na hora de mudar, só será possível com quem conhece a realidade dos problemas, não com quem procura mais uma promoção politica ou pessoal, vamos mudar, com trabalho honestidade e competência e muito empenho junto da população só assim será possível.

Não nos esqueçamos que estamos a falar de uma das FREGUESIAS, MAIS importantes do Concelho, e do ALGARVE, uma Freguesia com uma área de 2.365.63 há, com uma densidade populacional perto de 14000 mil habitantes, com mais de5000 recenseados, com uma área de 20 km2 são de zona Agrícola, com um fluxo de construção que neste momento rondam perto das 30 Urbanizações como por aqui se pode constatar esta Freguesia esta em pleno desenvolvimento, é uma Freguesia que envolve na seu perímetro, um Aeroporto Internacional Faro, com um fluxo de passageiros ano na ordem dos 5 milhões de pessoas, uma Reserva Natural que ocupa cerca de 300 hectares da nossa freguesia, um pólo Universitário, com algumas centenas de alunos que nesta freguesia residem, uma Ilha com uma família piscatória de algumas dezenas de pessoas, e com um índice de visitas na ordem umas centenas de milhares de pessoas, e viaturas a circular na nossa Freguesia durante todo o ano.

COMO MUDAR: Não basta uma política diferente, propomo-nos trabalhar: Com rigor e competência: Identificando os problemas, definindo prioridades, com transparência e honestidade, falando com População, sentindo as suas dificuldades, só assim será possível mudar, melhorar, construir com dignidade, uma nova qualidade de vida, para as gerações vindouras.

Activista: CARLOS BRITO

terça-feira, 5 de maio de 2009

Mobilidade solução TVR / TRAM


Neste dias de pré-campanha em que tanto se promete, e pouco se discute, creio ser fundamental discutir-se o metro de superfície.

A discussão deste meio de transporte deve centrar-se na razão custo versus beneficio. Creio que os benefícios são consensuais e fáceis de elencar:
-Favorecimento do transporte público face ao transporte individual, contribuindo para o desenvolvimento sustentado da cidade.
-Rapidez, conforto, segurança e baixo impacto sonoro.

Para que o metro seja mais do que um sinal de modernidade sem grande utilidade (veja-se o caso do metro do sul do tejo), é essencial definir quais os corredores prioritários. Creio ser pacifico que o corredor prioritário deve ligar a estação da CP, os Campi Universitários e o Aeroporto de Faro.
Uma solução circular para a cidade, articulada com o corredor anterior seria também um aspeto a ter em conta.

No prato da balança dos problemas do metro de superfície surge em primeiro lugar o seu custo, uma vez que as soluções tradicionais exigem a montagem de uma estrutura ferroviária.

Como força politica responsável o Bloco de Esquerda deve defender uma solução em que as vantagens consensuais do metro de superfície possam ser conseguidas com um gasto mínimo de recursos públicos.
Ora essa solução já existe, fui implementada com êxito em Clermont-Ferrand e em Rouen em França, em Las Vegas nos EUA e na vizinha Comunidade Valenciana em Castelló, é também a solução proposta para a cidade da Amadora.
Esta solução denominada TVR/TRAM Transporte em Via Reservada / “Metro Ligeiro de Superficie sobre roda de borracha” é extremamente versátil, e exige um construção de infraestruturas muito mais leve que o metro de superfície classico.
A solução TVR/TRAM, assenta sempre sobre uma via reservada, que permite a rapidez e a segurança, mas não exige a implantação de carris. Os veículos podem ser totalmente elétricos com catenária continua ou descontínua (neste caso possuem baterias de reserva) ou com propulsão combinada elétrica/térmica ou apenas térmica movidos normalmente a gás natural.
Julgamos que esta é uma solução que poderia mudar completamente a mobilidade em Faro, e transformar radicalmente a cidade, e dada a sua leveza em termos de infraestruturas poderia estar a funcionar até ao final do próximo mandato autarquico.

José Moreira

sábado, 2 de maio de 2009

Uma crónica para reflexão

Embora não esteja directamente relacionado com o objectivo deste blogue, publicamos esta crónica que recebemos de Joaquim do Arco

Tempos de crise…

Festejou-se mais um 1º de Maio marcado pela crise económica e pelo pavor provocado pela gripe suína. Foi a celebração do Dia do Trabalhador, num tempo de crise, em que, cada vez mais, há pessoas sem razão para festejar esta data, por estarem desempregadas, face à crise em que vivemos. Dizer crise é dizer progressão de incertezas. Se os profetas podem profetizar e os videntes podem ver, os diagnosticadores já não são capazes de diagnosticar. Edgar Morin, no livro As grandes questões do nosso tempo (1999) referia que “O presente está em risco. O planeta vive, cambaleia, gira, arrota, é sacudido por soluços e peida-se sem se preocupar com o futuro”(p. 49).

De facto, nós, não nos podemos alhear do que se passa à nossa volta se queremos compreender o nosso tempo e o nosso mundo. Apesar de bombardeados por tanta informação sobre a crise, sobre a gripe dos porcos, sobre o desemprego, sobre a violência, a verdade é que os media, por vezes, em vez de esclarecimento parecem provocar é desorientação e confusão. Mas isto não quer dizer que não vivamos um tempo de profundo desconforto sobre o que está a acontecer um pouco por todo o mundo e, em particular, em Portugal. Estamos numa espiral negativa provocada por excessos, por ganância, por corrupção, por incompetência dos “nossos” políticos que não foram capazes de evitar a situação de instabilidade económica, financeira, social porque estamos passando… uns mais que os outros, estou a referir-me ao número de desempregados que cresce assustadoramente no nosso país e, consequentemente, aos milhares de pessoas que continuam, dia após dia, a engrossar as fileiras dos pobres em Portugal.

Aproxima-se um tempo de eleições, o que devemos esperar?… a desilusão é tão grande que temos dificuldade em acreditar que tenhamos políticos capazes de tomar as decisões certas e urgentes para mudar o rumo dos acontecimentos. A desconfiança é grande porque alguns dos “nossos” políticos parecem ser unicamente motivados pela ambição, pela sede de poder, em vez, da dedicação à comunidade, ao desenvolvimento, à justiça social, à vontade de construir um “mundo” mais equilibrado e justo.

Voltando a Edgar Morin e ao seu livro As grandes questões do nosso tempo (1999), o autor referia que o mais impressionante em política é o desvio da acção pois todas as artes têm produzido maravilhas, só a arte de governar parece produzir apenas monstros. António Aleixo, o “nosso” poeta popular mais carismático, famoso pela sua ironia e pela crítica social, dizia num dos seus versos “ E vós que do vosso império, prometeis um mundo novo, cuidado que pode o povo, querer um mundo novo a sério”. A verdade é que a culpa não pode morrer sozinha, os “nossos” futuros governantes não podem continuar com promessas eleitoralistas e dar-nos mais do mesmo, deixando que continuemos na mesma ou ainda pior.

Uma última referência a Edgar Morin que referia no seu texto Rumo ao Abismo, que o caos em que a humanidade corre o risco de mergulhar comporta, ainda, uma última oportunidade, pois, quando um sistema é incapaz de resolver os seus problemas vitais, ou se desintegra, ou, então, é capaz de transformar-se num metasistema mais rico, capaz de buscar soluções para esses problemas. Essa terá que ser a nossa esperança, não o abismo, mas uma mudança de paradigma, uma mudança ao nível da acção política, ao nível de políticos mais competentes, com outra mentalidade, inspirados na justiça social, na dedicação à causa pública, às pessoas, a uma nova realidade social, económica, financeira, cultural. Temos que acreditar que a mudança é possível, mas, para tal, será importante o nosso compromisso com a mudança, participando… como podemos e sabemos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Propostas de medidas para Faro


Aquando da preparação do nosso programa, recebemos dos aderentes e simpatizantes várias propostas de medidas a tomar. A nossa ideia foi elaborar um projecto aglutinante.
No entanto, para enriquecer o debate, aqui apresentamos uma listagem das principais propostas recebidas. O texto é extenso, mas muito rico em sugestões...

Desenvolvimento económico
Aproveitamento dos recursos naturais do concelho.
a) No mar e na Ria Formosa :
- Marisqueio/ Pesca/ Aquacultura
- Tecnologia e investigação ligada à Ria e aos recursos marinhos.
- Energias renováveis (marés...)
b) Na terra:
- Agricultura temporã (os primores) / estufas / biológica...
- Criar a Região Demarcada da Campina de Faro.
- Tecnologia e investigação ligada aos produtos da terra (marcas registadas...)
- Energias renováveis (painéis solares, biomassa, eólica?)
c) No ambiente:
- Turismo da Natureza/ Científico/ Cultural...
- Tecnologia e investigação ligada ao Turismo...
- Preservação do ambiente/água/ despoluição/reciclagem...
- Reforço da capitalidade do concelho
- Aproveitamento e melhoria das infraestruturas centrais sedeadas no concelho (Aeroporto, Universidade, Hospital Central e outros serviços públicos).
d) Outras actividades económicas:
- Protecção do Comércio e Restauração na Baixa de Faro.
- Indústria de alta tecnologia ligada à universidade. Concretização do Pólo Tecnológico.
- Criação de um mercado para produtos de agricultura biológica e da
Campina de Faro e da pesca tradicional - promovendo a venda directa do produtor ao consumidor.

Desenvolvimento urbano e ambiental
a) Habitação:
- Recuperação do parque habitacional.
- Habitação social e a custos controlados.
- Penalizar fiscalmente os prédios devolutos favorecendo o arrendamento.
- Fim da especulação imobiliária.
- Fazer cumprir a lei do ruído
b) Reequilíbrio urbano (cidade e freguesias)
- Preservação e valorização do património
- Fim da anarquia da construção / reequilíbrio arquitectónico
- Crescimento dos espaços verdes e lúdicos (Plano verde do concelho...). Falta de muitos espaços verdes. Com funções de recreio e actividades de ar livre.
- Parque Ribeirinho continua por ser implementado.
- Criação de planos urbanísticos e a manutenção do património arquitectónico. Nenhuma alteração nas facadas dos edifícios em toda a zona da baixa. Não ao crescimento em altura. Não mais edifícios à beira da ria!
- Revitalizar a Av. 5 de Outubro como passeio público.
- Deslocar os comboios fora da linha de costa. A frente ribeirinha para os munícipes!
- Deslocar as bombas de abastecimento de combustíveis para fora da cidade.
c) Acessibilidade e transportes
- Prioridade aos transportes públicos. Falta transporte público adequado a todos os cantos de Faro. Não poluente e com serviço 7 dias por semana até as 23 horas. - Metro de superfície? Sim ou não? Aqui as opiniões dividem-se:
- Sim: com várias linhas (ou carreiras regulares minibus): Faro ao aeroporto, passando por Montenegro e Gambelas; Faro – Olhão; Faro – Conceição – Estói – S. Brás de Alportel; Faro – Patacão - S. Barbara – Loulé;
- Talvez: É viável a proposta dum metro de superfície numa cidade de 50000 habitantes? De que tipo de metro de superfície se trata?
- Não: Exigir a sustentabilidade económica e um análise custo/beneficio para os munícipes com a construção do chamado metro de superfície. Sem cumprir esses critérios, somos contra.
- Vias de acesso e estacionamento/redução do caos do trânsito.
- Impulsionar a utilização da bicicleta. A ecovia pintada nas ruas é caricata. Implementação de ciclovias. Faro não tem locais para estacionamento de velocípedes.
- Resolução dos estrangulamentos de trânsito nas entradas/saídas da cidade. Com parques de estacionamento à entrada da cidade.
- Criar parques de estacionamento vigiado e de baixo custo, para os utentes da
CP e da estação rodoviária.
d) Saneamento básico
- Abastecimento de água a todo o concelho
- Limpeza e recolha e tratamento dos lixos
- Rede eléctrica e de comunicações
e) Plano Verde (que vem desde 1995) que foi feito?
- Que acontece com a chamada “Estrutura Ecológica Fundamental” indicada naquele projecto? (Esta estrutura inclui entre outros o Sistema agrícola das Campinas, o Sistema de mata de pinhal manso, a Rede hidrográfica e áreas adjacentes e as Zonas ameaçadas por cheias.).
- Que tem feito a CMF pelos pequenos produtores agrícolas justamente localizados no Sistema Agrícola das Campinas? Crédito, apoios, um local de venda directa na cidade?
- Criação do “Parque Ecológico do Pontal” indicado no Plano Verde. O BE propõe um Projecto para o Pontal: um parque para os cidadãos, mas ao mesmo tempo numa óptica de preservação dos habitats ecológicos. Propomos a expropriação de terrenos actualmente descobertos de vegetação e abandonados pelos seus proprietários.
- Defesa do Parque Natural da Ria Formosa. Contra uma visão completamente urbana e de betão para um Parque Natural. Dragagens e descontaminação da ria. Terminar com todos os esgotos que vão para à ria.
- Renaturalização progressiva das ilhas barreira.
f) Defesa do peão contra a ditadura do automóvel.
- Proibição do estacionamento nos passeios.
- Construção de passeios e percursos pedonais.

Desenvolvimento social
a) Apoio social contra a crise
- SOS Crise (BE/Associações de apoio social/Segurança Social/Câmara...)
- Medidas de apoio aos mais carenciados...
b) Educação
- Defesa da qualidade das escolas primárias, de ciclo e secundárias.
- Definir um plano de modernização dos edifícios.
- Modernização dos edifícios para evitar os gastos excessivos de água e luz por edifícios não “inteligentes”.
- Queremos as melhores escolas para os nossos alunos. Desde a qualidade das salas e os materiais modernos de leccionação até laboratórios equipados dignos de aquele nome.

Serviços Públicos
a) Administração e serviços municipais
- Ainda muita burocracia e falta do simplex. Ex: Licenças de construção para habitação, só para mencionar um.
- Descentralizar nas juntas de freguesia serviços hoje centralizados na CMF. Defendemos uma política camarária que comece nas freguesias, como primeiro ponto de contacto do cidadão com as suas autoridades.
- Avançar com a digitalização de todos os serviços que seja possível.
- Criação de um seguro municipal que assista aos munícipes em acidentes onde a CMF seja responsável.
b) Remunicipalizar a FAGAR.

As artes, a cultura popular e o desporto
a) Associativismo: Apoiar as associações e clubes não profissionais, como base do desenvolvimento cultural, artístico e desportivo.
b) Desenvolver uma política de incentivos às artes, cultura popular e ao desporto. Pelo menos 1% do orçamento camarário (fora de vencimentos e salários) anual para este propósito.
c) Rever a danosa participação económica da CMF no Estádio do Algarve. Se se confirmar a continuação do enorme prejuízo desta participação, a CMF deve sair desse negócio. Submeter a discussão pública pela via dum referendo municipal o destino do estádio. Livrar a Cidade do peso do Estádio do Algarve.

Participação cidadã e transparência
- Orçamento participativo...
- Integração das sugestões dos munícipes nas decisões camarárias...
- Melhoria do atendimento e satisfação das reivindicações cidadãs...
- Transparência na gestão financeira da CMF. Uma gestão financeira séria e responsável.
- Terminar com a dívida da CMF efectuando o pagamento atempado aos seus fornecedores.
- Avaliação pública e autoavaliação pública de todos os serviços.
- Envolvimento dos moradores na conservação dos espaços públicos.
- Publicação das contas da câmara no portal Web da mesma.
- Estabelecimento de uma linha de comunicação directa entre os eleitos e
os munícipes. (Via correio electrónico, telefone e um dia por semana/mês para receber os munícipes).
- Desenvolver um Programa de Saneamento Financeiro, para a eliminação da divida através da contenção dos gastos e da procura de novas receitas. Escrutínio rigoroso de todos os gastos - começando pelas “benesses” dos eleitos e das administrações da empresas participadas pela Câmara.
- Acabar com o trabalho precário na CMF.