domingo, 17 de maio de 2009

A Capitalidade de Faro


Acabei de ler o jornal de campanha de Macário Correia nº1, intitulado CAPITAL. A ideia central dessa campanha é recuperar Faro como Capital Regional.
Ora a reivindicação de Faro como Capital Regional está ausente da nossa proposta de programa e esta posição foi acordada na reunião da Comissão Coordenadora Regional que a aprovou. Eis a minha posição:

1. A capitalidade é uma falsa solução. Faro é de facto a capital do distrito e tal não impediu a degradação em que se encontra. Tem o aeroporto, a universidade, o hospital, as Direcções Regionais da agricultura, economia, etc. e as lideranças PS e PSD não souberam tirar qualquer proveito disso. Antes pelo contrário, está tudo um caos. Cada instituição para cada lado conforme encontrou um beco para se instalar, os acessos horrorosos com a excepção do aeroporto que ainda está inacabado.
Veja-se por exemplo o acesso ao campus de Gambelas sem passeios para os peões, sem pista para bicicletas, numa estrada com estrangulamentos vários e cada vez mais movimentada pois o tão falado metro de superfície não passou de conversa.

2. A capitalidade não resolve nenhum problema antes os agrava. Costumo dizer que Faro me faz lembrar uma família nobre arruinada que pretende viver dos seus pergaminhos. E cada vez se penhora mais e fica mais miserável. Empenhou-se para construir um estádio que é bonito, dá projecção mas está às moscas e é um sorvedouro de dinheiros públicos. Os executivos municipais têm dado mundos e fundos ao Farense, pois "uma capital precisa de um clube que a represente", etc..

3. O PS e PSD sempre têm tratado Faro como a Capital, mas a Câmara de Faro mal tem dinheiro para "mandar cantar um cego". Com a mania das grandezas vão criando elefantes brancos e descurando o que é realmente importante: o desenvolvimento económico e social do concelho. Um desenvolvimento planificado, estruturado e baseado nas riquezas e mais valias do concelho como procurámos apresentar na proposta de programa. E já se propõe um "parque de exposições" quando não temos um parque industrial digno desse nome, quando temos a produção agrícola da campina desprezada, etc.. Isto é, um parque de exposições para quem não tem nada para expôr. É como se a solução fosse: a família nobre arruinada levantar mais alto o seu brasão. É propor mais hotéis para "a capital" e deixar ao abandono a Ria Formosa e o Pontal, que pela sua riqueza natural seriam uma fonte de atracção de turistas e cientistas.

4. Nada tenho contra a capitalidade de Faro, mas vejo-a antes como mais uma responsabilidade de Faro face aos outros municípios do que como uma solução para os problemas do nosso. Não precisamos de mais do mesmo, precisamos de uma ruptura com a política que tem sido seguida.

João Brandão

2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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